O desempenho de um carro é usualmente definido por duas grandezas do motor que se relacionam: a potência e o torque. Mas você sabe me dizer exatamente o que cada uma significa e qual a influência delas na performance do seu carro? Para compreender melhor esses conceitos, acompanhe este post com a gente.
O que é torque?
Torque nada mais é do que uma grandeza física. Ele surge quando uma força é aplicada a uma distância do eixo de rotação de um corpo, fazendo com que o mesmo tenda a girar. Quando apertamos um parafuso, por exemplo, estamos aplicando uma força com as mãos na extremidade da ferramenta utilizada, fazendo com que o parafuso gire.
Exemplo de aplicação de torque.
Imagine agora que suas mãos representam os pistões do motor e a ferramenta é o virabrequim; quando sua mão (o pistão) desce, aplicando uma força, faz-se com que a ferramenta (o virabrequim) gire, e é daí que vem o torque! Como visto, no caso do torque do motor, ele é o responsável por fazer o carro sair da inércia e dar início ao movimento.
Aplicação do torque do motor.
Ele surge, normalmente, em regimes de rotação mais baixos do motor, tendo seu máximo não muito longe de 4.000rpm, em carros do dia a dia.
Dados simulados do torque de um motor quatro cilindros genérico.
O que é potência?
Assim como o torque, potência é uma grandeza física, sendo caracterizada como a taxa de energia concedida por uma fonte em relação ao tempo. Quando dizemos que algo é potente, significa o quão rápido é a taxa de variação de energia, isso é, o quão rápido o trabalho é executado. Ou seja, se colocarmos dois carros lado a lado e dermos a tarefa de concluir 500m em linha reta para os dois, aquele que chegar no menor intervalo de tempo será o mais potente, considerando uma situação em que não houve falha alguma.
Diferente do torque, a potência surge em rotações mais altas, tendo seu máximo próximo de 6.500rpm nos carros do dia a dia. Tanto é em regimes mais altos que, quando “esticamos” a marcha (manter a mesma mais do que o necessário), percebe-se a potência do motor.
Dados simulados da potência de um motor quatro cilindros genérico.
Torque ou Potência?
A resposta correta é: depende.
Trazendo para o cotidiano, no qual é necessário arrancar e retomar velocidade muitas vezes, pois constantemente paramos em semáforos, aceleramos para ultrapassar ou mudar de faixa, além de muitas outras situações. Sabendo disso, o que você pensa ser mais importante para o trânsito nas ruas da cidade? Se você respondeu que a potência é mais importante, você está errado, mas não desanime! Isso ocorre pois, nas cidades, normalmente não desenvolvem-se grandes rotações para o motor, ou seja, mantemos o mesmo em faixas de trabalho mais baixas, sendo necessário muita força em baixas rotações. Mas não esqueça que a potência é crucial! Em situações que precisamos ganhar velocidade rapidamente, como uma ultrapassagem, precisamos de boa potência, para não demorarmos ou até mesmo não realizarmos a manobra.
Em veículos mais pesados, como caminhões e ônibus, a força necessária para retirar o automóvel da inércia é muito maior de que uma moto, por exemplo, e dessa maneira exigem um torque maior.
No caso de carros corrida e de competição, como os de Fórmula 1, que atingem altas velocidades em curtos intervalos de tempo, exigem motores de maior potência, uma vez que não são veículos tão pesados e buscam.
Em veículos mais pesados, como caminhões e ônibus, a força necessária para retirar o automóvel da inércia é muito maior de que uma moto, por exemplo, e dessa maneira exigem um torque maior.
Normalmente, os fabricantes de automóveis buscam a harmonia entre o torque e a potência, devido à aplicação diversificada dos carros hoje em dia. É claro que, se buscam algo específico, como buscam acelerações absurdas e altas velocidades dentro da Fórmula 1, teremos um foco maior na potência, assim como focam no torque quando falamos de caminhões, que são veículos mais robustos.
Comparação entre torque e potência de um motor quatro cilindros genérico.
Como são medidos o torque e a potência de um veículo?
Ok, agora entendemos como os dois conceitos funcionam e qual a diferença entre eles. Mas, afinal, como torque e potência são medidos? Para isso, é utilizado um equipamento próprio, chamado de Dinamômetro, existindo dois principais tipos: os dinamômetros de rolo e os de bancada. As medidas retiradas de tal equipamento são dadas em kgf.m (quilograma-força metro) ou N.m (Newton metro) para o torque e HP (Horse Power ou, em português, cavalo-vapor – cv) ou kW (quilowatt) para a potência.
O primeiro tipo afere os dados de potência e torque nas rodas, ou seja, com o motor e seu sistema acoplados no chassi do carro. Seu objetivo é o de simular o comportamento do veículo em condições de uso normal, pois consiste em posicionar o eixo de tração em cima de um par de rolos (exemplo: caso a tração do seu carro seja traseira, seriam colocadas as rodas presentes no eixo traseiro), basicamente.
Carro no dinamômetro de rolo.
O dinamômetro de bancada, diferentemente do de rolos, coleta os dados em uma sala, com o motor desacoplado do veículo. Com isso, retiram-se influências externas ao motor, como por exemplo a retirada da interferência do sistema de transmissão ou do centro de gravidade do carro. Após aferições com tal aparelho, normalmente é necessário utilizar dinamômetros de rolo para finalizar o acerto do veículo, pois nele consegue-se maior proximidade da realidade, pois ali, sim, têm-se as interferências citadas anteriormente.
Motor em dinamômetro de bancada.
Texto produzido por:
Júlia Leite de Faria Ricotta
Fábio Sandrini Costa
Parabéns pela postagem!
Muito boa e explicativa, todo sucesso pra vocês e que venham os próximos posts!!